O Terapeuta da Fala é o profissional responsável pela prevenção, avaliação, diagnóstico, intervenção e estudo científico nas áreas da comunicação humana (verbal e não verbal), na compreensão e expressão da linguagem oral e escrita, nas alterações do sistema oro-muscular (motricidade orofacial) e nas respectivas funções estomatognáticas de respiração, sucção, mastigação, deglutição (ato de engolir) e fala. Esta última engloba as perturbações a nível de articulação, voz, fluência e ressonância.
A sua atuação estende-se a todas as faixas etárias, desde o bebé recém-nascido ao adulto idoso.
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Intervenção
Linguagem
Alterações a nível da fonologia, morfologia, sintaxe, semântica e pragmática, como por exemplo dificuldade na construção de frases, pouco vocabulário, dificuldades na leitura e na escrita, assim como limitações na compreensão e expressão oral. Podem ocorrer durante o desenvolvimento infantil ou após a sua aquisição, na sequência de traumatismos cranianos, acidentes vasculares cerebrais (AVC) ou quadros de demência.
Articulação
Dificuldades na produção de fonemas (vogais e consoantes) comprometem a clareza do discurso e a qualidade da comunicação. Se ocorrerem durante o desenvolvimento, estas alterações podem interferir no processo de aprendizagem da leitura e da escrita, para além de gerar problemas de autoestima e de socialização.
Voz
Alterações na emissão vocal que impeçam a produção natural da voz denominam-se disfonias. Podendo ser de origem orgânica (nódulos, pólipos, etc.) ou funcional (mau uso e abuso vocais), tanto nos adultos como nas crianças, a disfonia pode levar à rouquidão, cansaço vocal, altura tonal excessivamente grave ou aguda, desvozeamentos, até à ausência total de voz (afonia), requerendo reabilitação urgente. No caso dos profissionais da voz (cantores, professores, atores, políticos, ...) a terapia incide na prevenção da sintomatologia comum e na qualidade vocal.
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Fluência
A fluência é a capacidade de encadear os sons, sílabas ou palavras da linguagem oral. A perturbação mais comum do ritmo e da fluência da expressão verbal é a gaguez, caracterizando-se por repetições ou prolongamentos involuntários de sons/sílabas na frase, com paragens ou interrupções do débito e bloqueios no início do discurso. Já no caso de haver uma taxa de articulação (velocidade de fala) elevada, suficientemente intensa para prejudicar a inteligibilidade da mensagem, trata-se de taquilália/taquifémia, que nem sempre é identificada corretamente.
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Motricidade Orofacial
Área de intervenção relacionada com o desenvolvimento, habilitação, aperfeiçoamento e reabilitação dos músculos orofaciais (lábios, língua, bochechas, palato mole) e da região cervical, bem como das respetivas funções estomatognáticas que lhes estão associadas: sucção, mastigação, respiração, fala e deglutição. Mesmo nas expressões faciais do dia a dia se pode manifestar e manter o mau funcionamento muscular, o que origina músculos flácidos ou excessivamente contraídos, com compensações por parte de outras estruturas (musculares e ósseas), interferindo na harmonia orofacial e levando às conhecidas “marcas de expressão”.
As referidas compensações decorrentes de alteração, frequentemente estão mascaradas sob a forma de tensão, dor facial/cervical, enxaquecas, ansiedade, stress, entre outros sintomas, pelo que através da reeducação dos músculos e funções que os mantêm diariamente, há melhorias também a este nível.
Áreas de intervenção mais frequentes: respiração oral, disfunção da articulação temporomandibular, deglutição atípica/adaptada, fissura lábiopalatina, alterações oclusais (mordida aberta anterior, prognatismo, retrognatismo, etc.), remoção de hábitos orais nocivos (sucção digital, sucção de chupeta e/ou biberão, manutenção prolongada de alimentos pastosos, onicofagia, etc.), apneia do sono/roncopatia, estética facial, alterações miofuncionais decorrentes de queimadura, traumatismo, cancro de cabeça e pescoço, doença de parkinson e paralisia cerebral.
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